terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sonho de uma Noite Solitária

Ontem precisei de um cobertor para me proteger do frio que estava, não no mundo, mas dentro de mim. O sol iluminava meu tédio da solitária noite de luar. A lua alimentava meu sonho de um dia despertar.
Coisas que só quem vive a madrugada sabe explicar. Vento que acaricia o rosto. Mão que mata carências. Olhar que se perde entre estrelas, em uma galáxia distante que mora meu coração.
Sortilégios de sol-dado aos flertes como lanças, que não machucam, mas marcam a estrada que queremos seguir entre nuvens e trovões. Insaciável sede nublada de um cinza que não quer empalidecer.
Hoje acorde-ei no mundo como gota, como sereno despertar de noites roxas e dias anil. À pintar o quadro da vida junto a milhares de outras gotas, que se exaltam em relevo ou se mesclam em busca de uma nova cor para o seu viver.
E no museu da vida este dia será apenas mais um quadro, mais quadrado que amanhã. Na promessa de um dia todas as cores despertarem e recriarem o sol e a lua em um pincel, que fará nenhuma nuvem precisar mais empalidecer-se ao chorar ou sorrir.